Hoje, 10 de Outubro de 2013, juntamo-nos ao resto do
mundo para comemorar o Dia Mundial da Saúde Mental, subordinado ao tema “Saúde
Mental e Adultos Mais Velhos”. O tema interpela-nos para a necessidade
crucial de se aumentar o investimento na saúde dos adultos mais velhos com
idade igual ou superior a 60 anos, sobretudo em matéria de saúde mental.
O envelhecimento afecta todos e cada um de nós
independentemente de onde vivemos, se somos homem ou mulher, ricos ou pobres.
Na Região Africana, a população de pessoas idosas foi estimada em 43 milhões em
2010 e as projecções apontam para que atinja os 67 milhões até 2025 e os 163
milhões até 2050.
Devido aos ganhos significativos verificados na
esperança média de vida, existe um número cada vez maior de pessoas que estão
agora na terceira idade e que enfrentam um risco acrescido de doenças crónicas,
incluindo incapacidades e afecções de saúde mental. A demência, a depressão e a
ansiedade são alguns dos problemas de saúde mental que os adultos mais velhos
enfrentam e que podem muitas vezes provocar uma situação grave de
dependência.
A demência é causada por uma variedade de problemas
cerebrais que afectam a memória, o raciocínio, o comportamento e a capacidade
de executar as actividades do dia-a-dia.
A depressão é uma das doenças mais
comuns em todo o mundo e afecta o humor e as respostas emocionais aos desafios
da vida quotidiana. Se não for tratada, a depressão pode levar ao
suicídio.
Na maioria dos países existem diferentes graus de
sensibilização e compreensão da demência e da depressão, o que resulta na
estigmatização, em obstáculos ao diagnóstico e ao tratamento, e que têm impacto
sobre os prestadores de cuidados, famílias e sociedade do ponto de vista
físico, psicológico e económico.
À excepção de alguns países, os progressos na melhoria
da saúde mental na Região têm sido lentos. Reconhecendo a necessidade premente
de se agir ainda mais sobre os problemas relativos à saúde mental, os países
adoptaram nos últimos anos a Declaração de Brazzaville sobre as DNT na Região
Africana, o Plano Mundial de Acção para a Saúde Mental 2013-2020 e a resolução
sobre “Envelhecimento Saudável na Região Africana”. Estes compromissos
políticos conferiram um novo impulso para uma colaboração multissectorial mais
robusta no sentido de melhorar os serviços de cuidados de saúde mental.
Por ocasião deste dia, exorto indivíduos, famílias,
prestadores de cuidados, comunidades e sociedades a ajudarem a prevenir a
demência, a depressão e a ansiedade nas pessoas idosas. Podemos consegui-lo
promovendo estilos de vida mais saudáveis que incluam uma alimentação
equilibrada, actividade física adequada, gestão do stress e
evitar o uso nocivo do álcool e o abuso de substâncias, já para não falar da
importância de se dispor de unidades adequadas de tratamento e de prestação de
cuidados.
Lanço um apelo a governos, instituições de
investigação, sociedade civil e parceiros do desenvolvimento para que reforcem
o seu compromisso para com a saúde mental; melhorem a afectação de recursos e
reforcem a capacidade de diagnóstico e de tratamento de todas as formas de
problemas de saúde mental. Incentivam-se os governos e os parceiros a trabalhar
em prol das iniciativas de redução da pobreza que possam beneficiar as pessoas
idosas e outros grupos vulneráveis.
Em colaboração com outros parceiros do
desenvolvimento, a Organização Mundial da Saúde vai continuar a prestar apoio
aos países para atender às necessidades de saúde mental dos adultos mais
velhos. Como se costuma dizer, “ A boa saúde acrescenta anos à vida” e “Não há
saúde sem saúde mental”.
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