A vida é a nossa maior viagem, não encurte-a, evite o álcool e outras drogas
Autor : Joaquim Wate (Psicólogo e Pedagogo)
O
alcoolismo é considerado uma doença formalmente reconhecida pela OMS
(Organização Mundial da Saúde), sendo caracterizada como uma doença
progressiva, incurável e que pode levar a morte.
De acordo com Palha (2007), o consumo de bebidas
alcoólicas é um hábito amplamente difundido. Em muitas culturas o álcool está
sempre presente: nas refeições, nas celebrações, nos encontros, nas despedidas,
tanto nas alegrias como nas tristezas.
Muitos termos são aplicados para se referir a uma pessoa
alcoólica e ao alcoolismo.
Existe muita controvérsia a esse respeito, entretanto
é consenso que:- Alcoolismo
é uma doença.
- O alcoólico pode apresentar prejuízos relacionados com o uso de
álcool em todas as áreas da vida (prejuízos físicos, mentais, morais,
profissionais, sociais, económicos, familiares entre outros).
- O alcoólico perde a capacidade de controlar a quantidade de
bebida que ingere, uma vez que vence a ingestão (dependência química).
O Alcoolismo é a dependência do indivíduo ao álcool, considerada
doença pela Organização Mundial da Saúde. O uso constante, descontrolado e
progressivo de bebidas alcoólicas pode comprometer seriamente o bom
funcionamento do organismo, levando a consequências irreversíveis.
A pessoa
dependente do álcool, além de prejudicar a sua própria vida, acaba afectando a sua família, amigos e colegas de trabalho, como também
a sua vida profissional ou seja o seu próprio trabalho.
Alguns dos motivos associados ao uso
do álcool
Os
motivos que normalmente levam o indivíduo a provar ou a consumir ocasionalmente
álcool e outras drogas incluem:
·
O ambiente social
em que o indivíduo vive (com problemas familiares, pessoais e sociais, famílias desistruturadas)
·
A predisposição
genética do indivíduo;
·
Recreação; sensação imediata de
prazer que produzem;
- Aliviar
dores, tensões, angústias, depressões;
- Aguentar
situações difíceis, privações e carências;
- Encontrar
novas sensações, novas satisfações.
Mitos e realidades sobre os efeitos do
álcool
As crenças
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A realidade
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O álcool tira a sede.
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O
álcool dá mais sede, porque desidrata.
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O álcool é um estimulante.
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O
álcool é um depressor do sistema nervoso central; em pequenas doses, pode
desinibir.
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O álcool dá força.
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O
álcool não tem valor nutritivo real, embora um grama de álcool produza sete
calorias.
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O álcool é bom para a gripe
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O
álcool não tem acção antigripal
|
O álcool aumenta a libido.
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O
álcool pode desinibir e facilitar o desejo; porém, deminui o rendimento
sexual.
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O álcool tira ansiedade e a
tristeza.
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O
álcool pode reduzir a ansiedade mas não tem acção sobre a tristeza
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O álcool é digestivo.
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O
álcool facilita o esvaziamento gástrico.
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Efeitos do consumo excessivo de álcool
Efeitos do álcool
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Físicos sobre o organismo
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Psicológicos e sociais (sobre as percepções,
as emoções e a conduta)
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Consumo
crónico
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Gastropatias (gastrite, úlcera,
neoplasias);Hapatopias (hepatite, cirrose);
Encefalopatias e deteriorização das funções
cognitivas (deteriorização e demência) por lesões do tecido cerebral;
Polineurite, ossos e músculos debilitados;
Miocardiopatias e outras doenças vasculares
(varizes, hipertensão, etc);
Dificuldades sexuais;
Dependência física (tolerância aumenta e/ou
síndrome de abstinência)
|
Diminuição da capacidade de concentração, de
aprendizagem, da motivação para fazer coisas;
Diminuição do rendimento laboral, escolar,
desportivo, absentismo laboral;
Acidentes repetidos (falta de atenção);
Perturbação das relações sociais e familiares,
perda de amizades íntimas, irritabilidade;
Disfunções sexuais e frustração
Psicose (alucinações, ideias delirantes);
Dependência psicológica (desejo irresistível de
consumir álcool)
|
O
álcool e a juventude
Na
nossa sociedade em particular, o consumo do álcool esta presente de modo
proeminente na vida dos adolescentes e jovens. De acordo com Cordeiro (1996)
citado por Palha (2007), o consumo de álcool passou a ser uma componente
essencial, articuladora e dinamizadora dos tempos livres de muitos adolescentes
e jovens. Caso que é extremamente preocupante para o bem-estar físico, psicológico
e social das novas gerações.
Sinais
e sintomas indicadores de excesso de consumo de álcool ou drogas na adolescência
e juventude
- Maus resultados na escola (notas baixas)
- Lapsos breves de atenção
- Absentismo e frequentes atrasos a escola
- Incapacidade para lidar com frustrações
- Mudança constante de grupo de amigos
- Irritabilidade com os membros da família e amigos
íntimos
- Desconfiança face aos amigos, outros colegas de turma
e professores
- Rebeldia
- Mentira constante para amigos, pais e professores
- Conduta impulsiva.
Algumas das formas que podem ser adoptadas para evitar o
consumo de álcool em situações de risco
Situações de risco
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As formas de lidar
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Saídas nocturnas com amigos
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Sair
menos à noite, impor o limite de duas bebidas e sem álcool. Ir ao cinema,
teatro, visitar amigos, jogar futebol em lugar de ir ao bar.
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Sair da escola/trabalho e ver todos
os amigos no bar habitual
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Depois
da escola, do trabalho ir directo à casa e usar outro caminho.
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Quando alguém oferece uma bebida
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Aprender
a dizer “não” educadamente.
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Quando se entra em conflito com
alguém
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Respirar
profundamente, praticar técnicas de relaxamento. Aprender novas formas de
lidar com pessoas e de conseguir o que se pretende.
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Quando o (a) companheiro(a) critica
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Aprender
a gostar mais de si, aumentar a auto-estima, explicar ao parceiro (a) que
geralmente as criticas não são boas para as relações e que magoam.
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Atenção!
Se tem familiares, amigos,
vizinhos ou colegas da escola ou trabalho com problemas ligados ao álcool, já,
se apercebeu, com certeza, da gravidade e das imensas dificuldades.
Na verdade, o problema do
alcoolismo não diz respeito apenas ao indivíduo que consome as bebidas alcoólicas.
Os membros da sua família, as pessoas próximas, são de uma forma particular
atingidas no seu plano afectivo e no seu quotidiano, sentindo-se tão
desamparadas como o doente alcoólico.
A dependência atinge toda a família,
divide-a e isola-a do resto do mundo.
Nas sociedades, geralmente é
notável observar-se que são os próprios familiares do alcoólico que encaram este problema com
preconceitos, muitas das vezes pela falta de conhecimentos e esclarecimentos,
sobre esta complexa doença.
Não se trata de fraqueza ou de
falta de vontade, como a maioria das pessoas julgam, emitem juízos de valor, a
dependência alcoólica está intimamente inserida num complexo conjunto de
factores, os psicológicos, os biológicos, os sociais e económicos que subtraem
do sujeito alcoólico toda a sua liberdade para
escolher, possibilidades de julgar e tomar decisões adaptativas para não beber.
O alcoolismo, quando não mata,
destrói famílias. Prestem atenção ao grave problema.
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