segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O Alcoolismo

A vida é a nossa maior viagem, não encurte-a, evite o álcool e outras drogas

Autor: Joaquim Wate (Psicólogo e Pedagogo)

O alcoolismo é considerado uma doença formalmente reconhecida pela OMS (Organização Mundial da Saúde), sendo caracterizada como uma doença progressiva, incurável e que pode levar a morte.
De acordo com Palha (2007), o consumo de bebidas alcoólicas é um hábito amplamente difundido. Em muitas culturas o álcool está sempre presente: nas refeições, nas celebrações, nos encontros, nas despedidas, tanto nas alegrias como nas tristezas.
Muitos termos são aplicados para se referir a uma pessoa alcoólica e ao alcoolismo.
Existe muita controvérsia a esse respeito, entretanto é consenso que:
  1. Alcoolismo é uma doença.
  2. O alcoólico pode apresentar prejuízos relacionados com o uso de álcool em todas as áreas da vida (prejuízos físicos, mentais, morais, profissionais, sociais, económicos, familiares entre outros).
  3. O alcoólico perde a capacidade de controlar a quantidade de bebida que ingere, uma vez que vence a ingestão (dependência química).
O Alcoolismo é a dependência do indivíduo ao álcool, considerada doença pela Organização Mundial da Saúde. O uso constante, descontrolado e progressivo de bebidas alcoólicas pode comprometer seriamente o bom funcionamento do organismo, levando a consequências irreversíveis.
A pessoa dependente do álcool, além de prejudicar a sua própria vida, acaba afectando a sua família, amigos e colegas de trabalho, como também a sua vida profissional ou seja o seu próprio trabalho.

Alguns dos motivos associados ao uso do álcool
Os motivos que normalmente levam o indivíduo a provar ou a consumir ocasionalmente álcool e outras drogas incluem:
·         O ambiente social em que o indivíduo vive (com problemas familiares, pessoais e sociais, famílias desistruturadas)
·         A predisposição genética do indivíduo;
·         Recreação; sensação imediata de prazer que produzem;
  • Aliviar dores, tensões, angústias, depressões;
  • Aguentar situações difíceis, privações e carências;
  • Encontrar novas sensações, novas satisfações.

Mitos e realidades sobre os efeitos do álcool

As crenças
A realidade
O álcool tira a sede.
O álcool dá mais sede, porque desidrata.
O álcool é um estimulante.
O álcool é um depressor do sistema nervoso central; em pequenas doses, pode desinibir.
O álcool dá força.
O álcool não tem valor nutritivo real, embora um grama de álcool produza sete calorias.
O álcool é bom para a gripe
O álcool não tem acção antigripal
O álcool aumenta a libido.
O álcool pode desinibir e facilitar o desejo; porém, deminui o rendimento sexual.
O álcool tira ansiedade e a tristeza.
O álcool pode reduzir a ansiedade mas não tem acção sobre a tristeza
O álcool é digestivo.
O álcool facilita o esvaziamento gástrico.


Efeitos do consumo excessivo de álcool


Efeitos do álcool
Físicos sobre o organismo
Psicológicos e sociais (sobre as percepções, as emoções e a conduta)








Consumo crónico
Gastropatias (gastrite, úlcera, neoplasias);Hapatopias (hepatite, cirrose);
Encefalopatias e deteriorização das funções cognitivas (deteriorização e demência) por lesões do tecido cerebral;

Polineurite, ossos e músculos debilitados;

Miocardiopatias e outras doenças vasculares (varizes, hipertensão, etc);

Dificuldades sexuais;

Dependência física (tolerância aumenta e/ou síndrome de abstinência)
Diminuição da capacidade de concentração, de aprendizagem, da motivação para fazer coisas;

Diminuição do rendimento laboral, escolar, desportivo, absentismo laboral;

Acidentes repetidos (falta de atenção);

Perturbação das relações sociais e familiares, perda de amizades íntimas, irritabilidade;

Disfunções sexuais e frustração
Psicose (alucinações, ideias delirantes);

Dependência psicológica (desejo irresistível de consumir álcool)


O álcool e a juventude

Na nossa sociedade em particular, o consumo do álcool esta presente de modo proeminente na vida dos adolescentes e jovens. De acordo com Cordeiro (1996) citado por Palha (2007), o consumo de álcool passou a ser uma componente essencial, articuladora e dinamizadora dos tempos livres de muitos adolescentes e jovens. Caso que é extremamente preocupante para o bem-estar físico, psicológico e social das novas gerações.


Sinais e sintomas indicadores de excesso de consumo de álcool ou drogas na adolescência e juventude

  • Maus resultados na escola (notas baixas)
  • Lapsos breves de atenção
  • Absentismo e frequentes atrasos a escola
  • Incapacidade para lidar com frustrações
  • Mudança constante de grupo de amigos
  • Irritabilidade com os membros da família e amigos íntimos
  • Desconfiança face aos amigos, outros colegas de turma e professores
  • Rebeldia
  • Mentira constante para amigos, pais e professores
  • Conduta impulsiva.





Algumas das formas que podem ser adoptadas para evitar o consumo de álcool em situações de risco

Situações de risco
As formas de lidar
Saídas nocturnas com amigos
Sair menos à noite, impor o limite de duas bebidas e sem álcool. Ir ao cinema, teatro, visitar amigos, jogar futebol em lugar de ir ao bar.
Sair da escola/trabalho e ver todos os amigos no bar habitual
Depois da escola, do trabalho ir directo à casa e usar outro caminho.
Quando alguém oferece uma bebida
Aprender a dizer “não” educadamente.
Quando se entra em conflito com alguém
Respirar profundamente, praticar técnicas de relaxamento. Aprender novas formas de lidar com pessoas e de conseguir o que se pretende.
Quando o (a) companheiro(a) critica
Aprender a gostar mais de si, aumentar a auto-estima, explicar ao parceiro (a) que geralmente as criticas não são boas para as relações e que magoam.



Atenção!
Se tem familiares, amigos, vizinhos ou colegas da escola ou trabalho com problemas ligados ao álcool, já, se apercebeu, com certeza, da gravidade e das imensas dificuldades.

Na verdade, o problema do alcoolismo não diz respeito apenas ao indivíduo que consome as bebidas alcoólicas. Os membros da sua família, as pessoas próximas, são de uma forma particular atingidas no seu plano afectivo e no seu quotidiano, sentindo-se tão desamparadas como o doente alcoólico.
A dependência atinge toda a família, divide-a e isola-a do resto do mundo.

Nas sociedades, geralmente é notável observar-se que são os próprios familiares do alcoólico que encaram este problema com preconceitos, muitas das vezes pela falta de conhecimentos e esclarecimentos, sobre esta complexa doença.

Não se trata de fraqueza ou de falta de vontade, como a maioria das pessoas julgam, emitem juízos de valor, a dependência alcoólica está intimamente inserida num complexo conjunto de factores, os psicológicos, os biológicos, os sociais e económicos que subtraem do sujeito alcoólico toda a sua liberdade para escolher, possibilidades de julgar e tomar decisões adaptativas para não beber.
O alcoolismo, quando não mata, destrói famílias. Prestem atenção ao grave problema.


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